Tributos aos meus pais

Embora o relacionamento familiar nem sempre seja exemplar, encontramos pessoas que nos inspiram, tanto dentro como fora de casa. Meus pais são exemplos notáveis de compaixão e generosidade, valores que me acompanham desde a infância.

Lembro-me de quando criança, presenciava a atitude constante de meus pais ao depararem com alguém caído na rua: parar para socorrê-lo. Nem sempre se tratava de pessoas alcoolizadas, mas também de indivíduos com fome ou enfermidades. Dependendo da situação, meus pais os levavam para casa.

Ainda criança, eu entendia a atitude deles, mas me incomodava o odor que vinha dessas pessoas no carro. O frio me levava a colocar a cabeça para fora para suportar até o destino.

Meus pais sempre demonstraram um coração bondoso, buscando ajudar os necessitados. Entre tantas demonstrações de amor ao próximo, construíram casas para viúvas, acolheram uma família pobre de Minas Gerais, fornecendo cestas básicas, cuidados médicos e roupas para todos. Minha mãe subia as favelas da Rocinha e do Vidigal para auxiliar pessoas necessitadas, sendo respeitada tanto pelas facções quanto pela população. Era a senhora Valdina, com coragem e boa vontade, cumprindo o legado que lhe foi designado.

Recentemente, meu pai presenciou um senhor caído em frente a um comércio perto de casa. Muitos passavam por ele sem se importar, mas meu pai foi o único que parou para ajudá-lo, que estava sofrendo um AVC. Ele prestou os primeiros socorros e o senhor sobreviveu.

São meus pais, que nos orgulham e nos inspiram. Com seus "passaportes carimbados para a eternidade", cumpriram o "ide" e mostraram com ações gestos de valores intangíveis. Através de seus atos, levam a Palavra de salvação e fé.