Recanto do Figueiredo
Valores Eternos
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Textos

Ei, mãe!

 

Ei, mãe! Fica mais um pouco,

Conte mais do seu passado,

Quantas histórias guarda aí dentro,

Não as deixe no silêncio,

Quero ouvir mais um tanto,

Não se vá antes de contar,

O que o tempo fez calar.

 

Ei, mãe! Fica mais um pouco,

Nos momentos de ternura,

É que se encontra a cura,

Vamos saborear o tempo,

Que nos resta nesse alento,

Entre o sonho e o viver,

É o que nos faz doer,

Nos endividando com o tempo,

Que passa sem lamento.

 

Ei, mãe! Que coisa cruel,

Logo a senhora, tão forte,

Que nunca temeu a sorte,

Enfermidades e feridas,

A senhora sempre vencia,

Mas essa, mãe, foi implacável,

Difícil imaginar,

Aquela que tudo enfrentava,

Agora no leito, sem poder lutar.

 

Ei, mãe! Que ironia da vida,

Sempre tão decidida,

Não aceitava conselhos,

Era a dona da verdade,

Com muita firmeza,

Nada mudava sua vontade.

Ao receber, palavras que não lhe cabia,

Coitado de quem as proferia,

Levavam respostas apimentadas de ironias.

 

Ei, mãe! Me permita lembrar,

Quando seus algozes vinham,

espantava toda gente

Com palavras afiadas,

Ninguém a enfrentava.

Nosso pai que o diga,

Que levou tantas “perdidas”,

Mas mãe, nessa jornada,

Foste autêntica e amada.

 

Ei, mãe! Estou lembrando aqui,

De suas ações sem alarde,

Subia favelas, enfrentava perigos,

Cumpria seu destino, sem medo,

Levando esperança aos perdidos, 

Dizia: "O que Deus determinou,

Ninguém pode deter,

Meu coração é para ajudar,

E minha alma é para vencer."

 

Mãe, que lembranças bonitas

Quantas famílias abrigastes 

Com amor e dignidade,

Cuidou, e as alimentou,

Sem esperar nada em troca,

Com um coração tão grande,

Acolheu como se fossem seus filhos,

Levava para debaixo do nosso teto,

Aqueles sem afeto.

 

Ei, mãe! Fica mais um pouco,

Não quero ser inoportuno,

Antes que vá, saiba, que sou grato a Deus,

pela oportunidade de tê-la como mãe,

Do meu jeito te amei,

Agora descanse em paz,

O Deus Eterno te recebe,

E aqui ficamos a lembrar,

Do amor que do seu jeito soubeste dar.

 

 

Um pouco sobre a dona Valdina,

 

Minha mãe sempre demonstrou um coração bondoso, buscando ajudar os necessitados. Dentre tantas demonstrações de amor ao próximo, quero ressaltar que ela construiu casa para uma viúva, acolheu uma família necessitada de Minas Gerais, fornecendo cestas básicas, cuidados médicos e roupas para todos. Minha mãe subia as favelas da Rocinha e do Vidigal para auxiliar pessoas necessitadas, sendo respeitada tanto pelas facções quanto pela população. Era a senhora Valdina, com coragem e boa vontade, cumprindo o legado que o Eterno lhe designou.

 

 

WALTER FIGUEIREDO
Enviado por WALTER FIGUEIREDO em 09/09/2024
Alterado em 21/09/2024
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