Niver do Ausente Italiano

Verão, sol de rachar mamona, e lá vai o "Vapor da Confraternização" para mais uma jornada festiva. A bordo de um 4x4, radiantes e bem-humorados, prontos para celebrar o aniversário do nosso amigo Italiano. Entre os tripulantes, o piloto Dr. Elétrico – aquele que certa vez experimentou o "chá do além" e quase não voltou, mas essa é uma história para outra roda de conversa. Junto dele, Radialista, Senhor dos Imóveis e o sempre sonolento Cara de Sono como copiloto. Nossos sinceros agradecimentos ao Dr. Elétrico, que, com sua generosidade, sempre se prontifica a nos conduzir a esses rincões distantes.

Antes da partida oficial, uma parada estratégica no clube para recrutar os retardatários. Entre encontros e desencontros, surge o Dr. UTI, que, em um lampejo de esquecimento, relembra subitamente a ocasião e insinua uma possível presença tardia. Sem mais delongas, partimos às 11h03min, eu no posto de copiloto, mapeando o caminho e jogando conversa fora.

Ao chegarmos à fazenda do Zé Boiadeiro, fomos recepcionados por um aroma de comida no fogo. O grande mestre da cozinha, Fanfarão, nos convida para a prova da iguaria. Uma verdadeira obra-prima gastronómica! Frango caipira com macarrão, quiabo, jiló e a tradicional polenta. Zé Boiadeiro, orgulhoso anfitrião, nos apresenta sua sauna recém-finalizada. Dr. Elétrico, com seu olhar técnico, diagnostica algumas melhorias e, sem pestanejar, saca suas ferramentas do carro para um ajuste imediato. Esse cara é mesmo um faz-tudo, parabéns pela sua disposição.

Eis que, entre um ajuste e outro, percebemos a grande ausência: cadê o aniversariante? Aquele que, com esmero, montou o cardápio do dia, propagandeando a combinação perfeita de frango caipira, quiabo, jiló e polenta, que só de ouvir já deixava todos salivando. O magnânimo que garantiu o banquete e apenas pediu que cada um trouxesse sua bebida. Esse cara não é fraco não!

A mesa posta, os presentes aguardando o dono da festa, e nada dele aparecer. O que poderia ter levado um aniversariante a faltar à própria celebração? Italiano, Italiano... explique-se, mas sem rodeios!

Aos poucos, mais convidados chegam. Benito de Paula e Baianinho entram em cena. Diante da incerteza, seguimos a tradição: mangiare!

De entrada, pães fresquinhos da padaria do Zé Boiadeiro com patê de ervas. O Senhor dos Imóveis traz sua aguardente artesanal, e a conversa flui até o clímax da festa: panelas à mesa, cada um se servindo com devoção. O silêncio ensurdecedor que se segue é a mais pura confirmação: a comida estava dos deuses! Fanfarão, inflado de orgulho, recebe elogios de todos os lados.

Entre pratos vazios e barrigas cheias, as redes chamam para uma reflexão profunda – ou, no caso de Fanfarão, para um cochilo iminente. Para evitar o destino da soneca involuntária, ele corre para um banho revigorante com água gelada direto da serra.

Chega a hora do adeus. Português se oferece para levar Benito de Paula para casa, em Bengalar – não era “Benga aquír”, nem “Benga acolár”, mas era em Bengalar, um senhor caminho! Baita chão!

E assim se encerra mais um dia memorável entre amigos. Nossa gratidão especial ao Zé Boiadeiro, pelo espaço, ao incansável Fanfarão, pelo banquete, e ao Dr. Elétrico, pelo transporte e pelas inestimáveis manutenções a sauna do Zé Boiadeiro. Quanto ao Italiano... bem, fica o mistério. Quem sabe, na próxima festa, ele dê o ar da graça!