Rejeitaram o Rei
Tinham tudo, sim, de fato,
Mas ouviram um relato...
De uma voz enganadora,
Feita de fala sedutora.
Curiosidade inflamou,
E a desobediência chegou.
Viviam na plena abundância,
Cercados de paz e fragrância.
Nada faltava, tudo suprido,
Mas comeram do proibido.
E o mundo virou um turbilhão,
Pelo preço da tentação.
Curiosos, perderam a razão,
Abriu-se um abismo no coração.
A Terra se encheu de abominação,
E o Rei, em sua compaixão,
Mesmo entristecido pela criação,
Preparou a arca da salvação.
Guardou sementes, um novo recomeço,
E dos que zombaram, nenhum teve apreço.
O povo, porém, não quis aprender,
Ergueram uma torre para o Céu vencer.
Insensatez, loucura e confusão...
E o Rei lhes enviou dispersão.
Chamou então um homem de fé,
Para guiar com firmeza e até
Enfrentar terras secas, desertos e dor,
Mas a promessa venceu o temor.
Veio tardio o filho da promessa, o outro partiu,
Cumprindo o que o Rei definiu.
A fome chegou e foram pro Egito,
O povo cresceu, mas o jugo era estrito.
O novo Faraó trouxe opressão,
E o choro clamou por libertação.
Então o Rei, em sua glória e poder,
Envia um libertador resgatando-os do sofrer.
Montanhas cercando, o mar à frente,
Mas o Rei mostrou que é onipotente.
Abriu o mar e o povo passou,
Enquanto o inimigo ali afundou.
Milagres após milagres, não entenderam,
E mesmo assim, contra Deus empreenderam.
Pelo deserto, quarenta anos a vagar,
Teimosos em não se curvar.
Fizeram bezerros de ouro pra adorar,
E o Rei verdadeiro, vieram rejeitar.
Mesmo com tanto amor demonstrado,
Seguiam num rumo equivocado.
Insanamente Pediram então por um rei terreno,
Fraco, corrupto, pequeno.
E o Senhor permitiu o que escolheram,
Para que sentissem a dor daquilo que perderam.
Guerras, tragédias, desilusão,
Por não ouvirem o Rei da criação.
Mas Ele é Rei, poderoso e leal,
E nos governa com amor eternal.
Oferece paz, sabedoria e luz,
Nos deu a vida através de Jesus.
Mas o povo insiste em não aceitar,
O amor que só quer nos restaurar.
Desde o princípio, este Rei só queria
Que o povo vivesse em plena harmonia.
Pediu obediência, nada mais,
Pois o resto Ele faria com sinais.
Mas seguimos buscando outros caminhos,
Esquecendo d'Ele e seus carinhos.
O Rei já venceu toda dor e aflição,
Levou sobre si nossa maldição.
Mas o povo... ah, esse povo enganado,
Ainda hoje é tão complicado.
Se tão somente voltasse ao seu Rei,
Veria o quanto amor Ele tem.