Barcelona, Alma Eterna
Oh, Barcelona, em teu ser,
Mistérios guardas, pra ninguém ver.
Monumentos e catedrais sem par,
Segredos que o tempo vem contar.
Passeig de Gràcia a brilhar,
Sagrada Família, a encantar.
Allan Parsons cantou sua canção,
Beleza eterna no coração.
Lá no Tibidabo, montanha sagrada,
De cima, a vista é abençoada.
Tibi Dabo, "eu te darei",
Do céu à terra, a visão que te dei.
Deus foi tão bom, um dom sem igual,
Nesta cidade tão especial.
Nas praças, a orquestra a tocar,
Sardana, catalã, a girar.
Um som que arrepia, que faz sonhar,
Magnífico e para sempre lembrar.
Tuas ruas retas, um plano a seguir,
Fácil acesso para se ir e vir.
Extremos se unem, sem se cansar,
Barcelona, fácil de amar.
Tuas praias, areias de ouro,
Lindas mulheres, um tesouro.
Expondo a beleza, sem receio,
Um corpo livre, um lindo seio.
És catalã ou espanhola, me diz?
Tua fala me deixa feliz.
Por que brigam contigo, afinal?
Essa questão é sempre atual.
Não te envaideças, linda cidade,
A humildade é a verdadeira verdade.
Antes de raça, somos irmãos,
Criaturas do Eterno em nossas mãos.
Las Ramblas, de rio, um novo pulsar,
Comércio, cultura, a vida a jorrar.
Num banco, a paz a nos embalar,
Pessoas passavam, a nos encantar.
Cafés, bares, e o cheiro a espalhar,
La Boqueria, sabores finos, para se deliciar.
Com minha esposa, a conversar,
Da segurança e do acolher.
Esquecemos que nem tudo é flor,
A maldade espreita, com sua dor.
Uma semana após, que triste sina!
No mesmo banco, a dor virou ruína.
Terroristas, sem compaixão,
Ceifaram vidas, sem razão.
Adiantamos o passeio, por quê?
Será que ali iríamos sofrer?
Livramento divino, que forte emoção!
Graças ao Eterno, livre de aflição.
Mas o tempo passa, o sol renasce,
Barcelona brilha, a dor não a desfaz.
Soberana, segue a reinar,
Sua força, ninguém pode calar.
Mas, Barcelona, nunca esqueça,
Que acima de tudo, a raça se esvai.
Somos humanos, de um só Criador,
Guiados pelo amor, sem rancor.
Continue cantando, dançando sem fim,
Nos passos leves, do início ao fim.
Braços erguidos, mãos a se dar,
Fraternidade, para nos guiar.
Não ergam muros, barreiras jamais,
Construam pontes que trazem a paz.
O amor que vem, o amor que vai,
Recebam o mundo, sem medo, sem ais.
Do pó viemos, ao pó voltaremos,
Nus chegamos, e nus partiremos.
Nada se leva desta vida, irmão,
Só o amor no coração.
Palavra branda, o ânimo acalma,
Colhemos sempre o que a gente planta.
Boas sementes tens para semear
Não deixe o orgulho sufocar.
Com maestria, amor e carinho,
Os melhores frutos serão seu caminho.
Braços abertos, a te acolher,
Humilde serás, em qualquer lugar.
Oh, barceloneses, sempre a lembrar,
De onde vieram, para onde ir.
Vamos construir a ponte, então,
De amor, esperança, e união.