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Niver do Baltazar

 

No vapor escaldante da sauna, numa sexta-feira que não era treze – porque o cearense aqui não brinca com azar, – a gente se reuniu pra celebrar o aniversário do nosso amigo Baltazar. Aquele que não tira foto 4x3, porque cearense que se preza é diferente até na identidade! O palco da festança? O boteco do Paulinho, ali, anexo à sauna, cheirando a suor e promessa de comida boa.

 

A promessa era um bobó de camarão 🦐 de lamber os beiços, preparado pelo nosso chef, o Fanfarrão. Às seis da tarde, as barrigas começaram a roncar que nem motor de Fusca desregulado.

Fanfarrão, todo metódico, fez as contas: "Dez sauneiros e dois convidados, tá tudo nos conformes!". Mediu a panela, deu aquela conferida de mestre-cuca e disse: "É pra dar e sobrar!". Ele, esperto, tratou logo de "juntar" as mesas – porque aqui não tem frescura de "preparar a mesa", com toalhinha e talheres chiques. É no estilo raiz, sem babado.

 

Mas aí, meu amigo, o que era 12 virou 14, 15, 16... O olho do Fanfarrão ficou igual o de uma barata tonta, a tensão no ar dava pra cortar com uma colher de pau. "Eita, mainha!", ele deve ter pensado, "o bobó não vai dar nem pro cheiro!". Mas eis que o cearense, com a maestria de quem sabe o que faz, salvou a pátria: "Ei, galera, segura essa pedrada aqui!", e tascou na mesa uma travessa de escondidinho de carne seca com purê de macaxeira, até que deu pra achar. O aroma era tão bom que dava pra sentir o sabor só de olhar! O Fanfarrão, que já estava suando frio, respirou aliviado. O trem tava "bão dimais, uai!", como diria um mineiro desavisado.

 

E como não tinha colher – porque, afinal, é boteco raiz, né? –, o improviso foi uma colher de plástico descartável. As colheradas eram tão generosas que o Balta, com seu senso de autopreservação afiado, viu a travessa reduzir numa velocidade que daria inveja a um foguete. "Vixe, Maria!", pensou ele, "Se eu não salvar o da patroa, dormirei com os cachorros! Perigas dela nem me deixar entrar em casa quando eu voltar!". E, claro, a porção da patroa foi garantida, a gente sabe que mulher não perdoa esses deslises.

 

Depois desse espetáculo do escondidinho (que sumiu mais rápido que salário no quinto dia útil), finalmente veio a promessa: o bobó de camarão do Fanfarrão. Hummm, que delícia! Estava estupendo! A panela, coitada, foi esvaziada num piscar de olhos, italiano pilhou grande parte do crustáceo, sem deixar nem um restinho pra contar história.

 

A conversa tava boa que nem caldo de cana em dia de sol. E era despedida do nosso amigo cearense. Ele que vai dar uma volta ao mundo com a família. E depois, vai se estabelecer na sua terrinha, no Ceará, no seu resort de luxo. – A patroa tem uns "planos" diferentes pra ele, o que pode dar mais pano pra manga que briga de comadre. Que a volta ao mundo seja só o começo das tramas.

 

Ah, Baltazar ficou me devendo aquela visita monárquica, não num café, mas transpor os umbrais dessa monarquia. Não se faça de rogado!

 

Em nome da rapaziada da sauna, foi legal conhecer esse cabra da peste! Desejamos uma excelente volta ao mundo! Aproveite cada segundo, tire bastante fotos e nos envie. Não deixe de nos visitar quando voltar! Se a patroa deixar, claro.

 

E assim se encerra mais um dia de muita alegria entre amigos. Nossa gratidão especial ao Fanfarrão que sempre nos brinda com as delícias da culinária, e ao Baltazar que nos surpreendeu com seu escondidinho, ao Paulinho que nos auxiliou nos serviços.

 

 

 

 

WALTER FIGUEIREDO
Enviado por WALTER FIGUEIREDO em 28/06/2025
Alterado em 28/06/2025
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